segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mercado e universidades seguindo a rota do interior

Na contramão do grande número de empresas que procuram a região de Suape para instalar suas unidades pernambucanas, a Fiat Automóveis anunciou que sua nova fábrica no Brasil será construída na cidade de Goiana, na Zona da Mata. A ideia é investir pelo menos R$ 3 bilhões em um empreendimento que deverá gerar 3,5 mil empregos diretos. O Governo do Estado, por sua vez, anunciará os projetos em infraestrutura, como porto e aeroporto, para o município que fica a 65 km do Recife. Mais do que uma grande indústria em Pernambuco, a chegada da Fiat a Goiana significa uma tendência de descentralização do desenvolvimento no Estado.

Nesse sentido, também podemos citar a construção da Transnordestina, a vinda da Hemobrás e o fortalecimento do Polo Gesseiro em Araripina. Todas essas iniciativas promovem alianças entre o poder público e o privado e representam uma injeção de ânimo na economia das regiões em que se instalam. Mais investimentos significam mais postos de trabalho e perspectivas de negócios.

Levar empreendimentos para várias regiões de Pernambuco demanda um olhar mais atento à formação e à capacitação da mão de obra local para um bom aproveitamento das oportunidades. Não é por acaso que o ensino tem acompanhado esse processo de descentralização, com a abertura de novos campos universitários e técnicos por todo o Estado. Por exemplo, além do campus de Recife, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) oferece, em Caruaru, os cursos de Administração, Design, Ciências Econômicas, Engenharias Civil e de Produção, entre outros. Já em Vitória, os estudantes podem cursar Enfermagem, Ciências Biológicas e Nutrição. A Universidade de Pernambuco também não fica atrás. As salas de aulas da instituição chegam a Nazaré da Mata, Petrolina, Garanhuns, Caruaru, Salgueiro e Camaragibe.

Isso sem falar na quantidade de cursos técnicos que estão chegando ao interior. Em 2010, Caruaru ganhou mais uma escola do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Assim como unidades foram construídas em Afogados da Ingazeira e Garanhuns. De 1909 a 2003, só existiam 140 escolas técnicas no país. Hoje temos mais de 200.

Além da descentralização e interiorização dos investimentos abrirem possibilidades para o desenvolvimento de outras regiões, pode contribuir também para desafogar o mercado e dar um freio na superpopulação da capital.

O artigo é de Rafaella Botelho Cursino é psicóloga e sócia da Trajeto Consultoria, publicado na Revista Algo Mais, mas que acabou ficando incompleto, já que ela esqueceu de citar os novos cursos de Medicina, em Garanhuns, e de Direito e Odontologia em Arcoverde, ambos a serem oferecidos pela UPE e que prometem ampliar o leque de oportunidades no interior do Estado.

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