
“A percepção da população em relação ao seu padrão de vida, em grande parte, não reflete a realidade”, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto. No caso dos integrantes das classes AB (renda média domiciliar de R$ 8.393), 55,2% se consideraram da classe média (R$ 2.295), quando somente 9,6% se classificaram corretamente. Outros 35,2% avaliaram ser da baixa renda (média de R$ 867). Ao serem questionados, não foram informados sobre o critério de renda da classificação. Na classe C, 32,5% se posicionaram corretamente, mas 65,7% disseram fazer parte da baixa renda.
PATAMAR
“Grande parte dos integrantes da classe média brasileira está nesse estrato há pouco tempo. Eles vieram da baixa renda e ainda se enxergam nela. Sabem que o padrão de vida está melhorando, mas não consideram a mudança de patamar.”
Por outro lado, há ainda outros 16,9% de cidadãos de baixa renda que pensam que são da classe média.
“São os emergentes que se consideram da classe média baixa, mas que ainda não são. Como eles têm perspectiva de crescimento na renda, avaliam erroneamente”, diz o diretor do Data Popular.
INFLUÊNCIA DOS EUA
De acordo com Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getulio Vargas), essa visão distorcida da população é consequência da forte influência norte-americana no Brasil.
“Pelo padrão dos Estados Unidos, quem é da classe média tem dois carros na garagem, o que não é necessariamente verdade aqui. A renda per capita americana é bem superior à brasileira”, afirma.
“Para o brasileiro, ricos são o Eike Batista e outros milionários do patamar dele”, afirma Meirelles.
Eike, magnata dos projetos privados da infraestrutura brasileira, foi considerado o oitavo mais rico do mundo em ranking da revista “Forbes”.
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